sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vetor de Oportunidades

   
O empreededorismo corporativo abre espaço
 para propostas de funcionários

Andres|Dreanstime.com

  A busca da inovação tem levado as empresas a valorizarem cada vez mais os empreendedores internos, ou seja, profissionais que exercem liderança,criam, participam e estimulam a inovação dentro das empresas.
Embora a taxa de intraempreendedorismo ainda seja muito baixa no Brasil (0,6%, segundo pesquisa de 2008 do Global Entrepreneurship Monitor – GEM), especialistas de RH, entidades e instituições ligadas ao empreendedor ismo, além de grandes empresas, defendem a importância de se investir mais nesses prof issionais, capazes de desenvolver produtos e serviços que representem diferencial competitivo nos negócios.

 “O intraempreendedor ou empreendedor corporativo é um vetor de oportunidades e está associado à competição e inovação dentro da cultura da empresa em que trabalha. Está à frente de processos como criação de novos produtos e serviços, abertura de filiais e planejamento de ações no mercado. Seu papel é agregar valor ao que é proposto na empresa”, diz Renato Fonseca, consultor do Sebrae–SP. No entanto, toda sugestão apresentada pelo intraempreendedor, segundo o consultor, deve ser bem definida e estudada para ser válida e gerar perspectivas. “Pensar antes de falar e valorizar o relacionamento com as pessoas envolvidas no ambiente profissional é vital para ganhar apoio e, assim, levar a proposta adiante. Esse  profissional tem que vender a ideia e, ao mesmo tempo, lidar com jogos de poder na organização –, portanto ele precisa ter sensibilidade suficiente, principalmente nesse momento”, explica Fonseca.  Paulo Roberto Ferreira Cunha, professor de Planejamento Estratégico da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), ressalta que o intraempreendedorismo também está muito ligado ao perfil  administrativo e estratégico da empresa. “Para viabilizar a iniciativa do intraempreendedor, a empresa precisa estar aberta a novos desafios, negócios e também a mudanças culturais para encarar a competitividade e aceitar sugestões desse tipo de profissional”, diz Cunha. 


Características do intraempreendedor:

• Busca de opor tunidades e iniciativa
• Exigência de qualidade e eficiência
• Persistência
• Correr riscos calculados
• Comprometimento
• Estabelecimento de metas
• Planejamento e monitoramentosistemático


   A aceitação da figura do intraempreendedor dentro de uma empresa depende do modelo de gestão de cada companhia. “A empresa que incentiva o colaborador a expor suas ideias e projetos deve acolhê-lo para que ele possa desenvolver esse trabalho. Há casos, porém, em que o colaborador motivado é barrado por modelos inflexíveis de gestão empresarial”,explica Cunha, que, como a maioria dos especialistas no assunto, também desaconselha o choque de projetos e ideias do intraempreendedor com os da companhia. “Esse novo profissional tem características comportamentais específicas. Age como dono do negócio e está disposto a resolver qualquer problema com a equipe como um todo. É inteiramente comprometido com o trabalho”, diz Carolina Stilhano, gerente de comunicação da Catho. No Brasil, segundo ela, muitas pessoas nascem empreendedoras, mas são tolhidas ao longo da vida pela sociedade. A cultura do  intraempreendedorismo no País ainda precisa ser mais bem assimilada, embora seja crescente a busca, pelas empresas, de profissionais com habilidades e características do intraempreendedor. “Afinal, eles trarão mais resultados e produtividade às companhias”, argumenta a executiva. 


 Por: Silvana Orsini
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº3. Julho/Agosto/Setembro – 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Inflamação Intestinal

Disfunção Crônicas tem tratamento individualizado

Stylephoto /Dreamstime.com


    Seu nome ainda soa estranho para muitos, mas o distúrbio pode atingir pessoas de qualquer idade e de ambos os sexos, com predisposição genética. Trata-se da Doença de Crohn (DC) – que leva o nome do médico que a descreveu em 1932, Burril B. Crohn –, um processo inflamatório crônico que ocorre em qualquer parte do trato gastrointestinal, principalmente na porção inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso.
  “Os sintomas são muito variáveis, dependendo dos locais de acometimento da doença. Os principais são diarreia, presente em cerca de 70% dos pacientes, geralmente sem sangue ou muco, a não ser que exista acometimento colônico importante; dor abdominal, também em 70% dos pacientes, predominantemente localizada no quadrante inferior direito; e emagrecimento, em cerca de 60% dos pacientes”, explica André Zonetti de Arruda Leite, gastroenterologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP. Segundo o diretor da Regional Guarulhos (SP) da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn – ABCD, coloproctologista Wilton Schmidt Cardozo, os indícios da disfunção podem variar de leve a grave. “A doença é caracterizada por fases agudas (atividade da doença) e períodos de remissão (sem sintomas). Algumas pessoas podem apresentar manifestações consideradas extraintestinais como doenças de pele, nos olhos e nas articulações”, acrescenta. Formação de fístulas, trajetos que geram trânsito anormal de fezes, ligando regiões diferentes do intestino ou a órgãos como bexiga, superfície da pele e do ânus, por exemplo, também são complicações apresentadas em uma parcela dos pacientes.

   Até o momento não foi descoberta qual a causa ou causas da Doença de Crohn, que predomina em pessoas jovens – entre 15 e 35 anos. Porém, o sinal que pesa para o seu aparecimento é a predisposição genética associada a fatores ambientais como tabagismo e alimentação. “Existe maior incidência em parentes de primeiro grau. É considerada uma doença multifatorial, com componente genético e ambiental, incluindo a alimentação, fumo e uso de medicações, apesar de não ser causada por nenhum remédio, bactéria ou por algum tipo de alimento”, completa André Zonetti. A DC está no rol das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), junto com a colite ulcerativa (ou retocolite ulcerativa), que são confundidas por terem características semelhantes. No site da ABCD, a colite ulcerativa é descrita por atingir a camada mais superficial (mucosa) do cólon de modo contínuo, diferentemente da Doença de Crohn. “O termo doença inflamatória intestinal é utilizado para descrever em conjunto a retocolite ulcerativa e a Doença de Crohn e, apesar de serem doenças distintas, acredita-se que a lesão intestinal em ambas as patologias ocorra em consequência à resposta  exagerada do sistema imune contra a própria flora intestinal”, enfatiza o profissional do HCFMUSP, André Zonetti de Arruda Leite.

  Wilton Cardozo, da ABCD, afirma que a DC tem diagnóstico confirmado por meio de avaliação clínica, que engloba história do paciente e exame físico, além de uma combinação de investigações baseadas em exames laboratoriais como endoscopia, colonoscopia, radiologia e biópsias do intestino. “O prognóstico, isto é, a perspectiva que se tem em relação à doença em longo prazo, varia conforme o grau de comprometimento e localização da doença. No entanto, consultas periódicas,exames de controle e uso das medicações prescritas prolongarão os períodos de remissão”,complementa. O tratamento da Doença de Crohn, de acordo com Cardozo, é individualizado, dependendo do nível de comprometimento e local atingido pela disfunção. Uso de corticoides, imunossupressores, terapia biológica (anti-TNF) e cirurgia – para os casos mais sérios – são indicados para este distúrbio que não tem cura, mas terapia adequada. Seguindo as recomendações médicas, os pacientes com a Doença de Crohn têm a vida normal e produtiva. Basta conhecer, entender e enfrentar o problema.


 Por: Keli Vasconcelos
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº3. Julho/Agosto/Setembro – 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br