segunda-feira, 27 de junho de 2011

TUBERCULOSE: Ilustre desconhecida




Somente 1% da população sabe como se dá o contágio da doença.



Ela já faz parte de milhares de romances , foi chamada de “Mal do Século” e chegou a dizimar populações. Causa quase cinco mil mortes ao ano no Brasil e, mesmo com 80 mil novas infecções notificadas, a tubercolose é ainda uma desconhecida ilustre. E pior, o País está atualmente entre os 22 no mundo que concentram 80% dos casos da doença.
Pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e divulgada no f inal de 2010, com 2.242 entrevistados de 143 municípios, revelou que, das 94% pessoas que afirmaram conhecer a tuberculose, somente 1% mencionou corretamente que sua forma de contágio se dá pelo contato, por vias áreas, com outra pessoa afetada. A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. “São eliminadas, pelo espirro e tosse, partículas que ficam determinado tempo suspensas no ar. Em contato prolongado e inalando estas partículas, a pessoa se contamina com o bacilo”, explica o pneumologista Marcelo Fouad Rabahi, presidente da Comissão de Tuberculose da SBPT (DF). Segundo ele, a maioria das pessoas que inala o bacilo não terá a doença manifestada. Isso porque, quando instalado, o bacilo fica no organismo de forma latente.
Para a professora da Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) , Denise Rodrigues, de 5% a 10% dos infectados contrairão a doença.
“Isso dependerá muito do estado imunológico para a tuberculose se manifestar. A pessoa pode ter inalado o bacilo hoje e logo ter o problema, ou demorar vários anos para que isso aconteça”, elucida.
Segundo os médicos, 90% dos episódios são de tuberculose pulmonar, mas o bacilo também pode acometer e comprometer as funções de outras regiões do corpo. “Quando o bacilo é inalado, ele cai eventualmente na corrente sanguínea e pode atingir qualquer órgão do corpo, com possibilidade de se instalar no cérebro, olho, serosas (pleura, pericárdio, peritônio), rim, intestino, ossos. Quando ocorre uma queda de defesa, é possível que a doença extrapulmonar se manifeste”, comenta o pneumologista Marcelo Rabahi.
As pessoas mais propensas a ter tuberculose são aquelas cujo estado imunológico está mais debilitado, como pacientes com câncer, HIV ou imunossuprimidas por outras disfunções. O contato constante com o bacilo pode se dar quando o indivíduo está em locais onde há pessoas com a doença – presídios e hospitais, por exemplo. Por outro lado, medidas simples, como o uso de máscaras, podem evitar a disseminação do bacilo.
Familiares de pacientes infectados também precisam se precaver, alertam os especialistas. “Não é preciso separar copos e talheres da casa por causa da pessoa com tuberculose, pois o contato é feito mais por tosse. Essa pessoa que convive com o paciente também deve fazer exames, como raios X, para que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível e, assim, quebrarmos a cadeia de transmissão”, reforça Denise Rodrigues.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse persistente por mais de duas a três semanas com escarro (catarro). Quando não tratada precoce e adequadamente, o paciente contaminado pode transmitir a doença
para dezenas de pessoas. Seu diagnóstico é feito por meio do teste do escarro (baciloscopia) e o tratamento é composto de quatro medicamentos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) distribuídos gratuitamente pela rede pública de saúde. O procedimento é padronizado, a duração é de seis meses e, seguindo de maneira certa e ininterruptamente, os resultados satisfatórios chegam à casa dos 100%.

“Diferentemente da pneumonia, cuja bactéria se desenvolve rapidamente, a da tuberculose é mais lenta e a medicação é usada durante o período de crescimento do bacilo. Por isso, é importante fazer o tratamento até o final. Em geral, a pessoa, logo nos primeiros meses, se sente melhor e interrompe o tratamento por achar que está curada, mas o bacilo cresce e o paciente se agrava”, salienta Marcelo Rabahi.
Há como prevenir a tuberculose? Os médicos recomendam dar mais atenção para o sistema imunológico, mantendo uma alimentação saudável, sono apropriado e evitar abusos (álcool, drogas e fumo).
Fonte: Revista + SAÚDE | Ano 2  | N° 6

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pré-eclampsia

GESTAÇÃO PERIGOSA
                           
                               
                 Atenção à pressão arterial é primordial para as futuras mães.


Se fôssemos descrever o termo “gerar um filho”, poderíamos resumir o tema em uma palavra: cuidado. A futura mãe deve estar atenta a uma série de recomendações para que a gravidez seja saudável tanto para ela como para o bebê. No rol desses cuidados está a pressão arterial, “termômetro” que, sem controle, proporciona complicações diversas e graves. A pré-eclampsia é uma delas, podendo se agravar para a
eclampsia e a Síndrome de HELLP (sigla em inglês de Hemolysis Elevated Liver Low Platelets). O obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Mário Macoto, explica que a pré-eclampsia é a hipertensão
arterial associada a edemas generalizados, bem como à proteinúria, que é perda de proteína pela urina após
a vigésima semana de gestação (entre o quarto e o quinto mês), apresentando-se na forma leve ou grave. Já a eclampsia é o desenvolvimento de convulsões em gestantes com sinais de pré-eclampsia.
“A presença de hemólise (ruptura de glóbulos vermelhos), elevação de enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas (plaquetopenia) em gestante com pré-eclampsia grave e eclampsia é definida como síndrome de HELLP”, diz. Segundo ele, além do aumento de pressão arterial e inchaço, cefaleia, turvação visual e epigastralgia (dor estomacal) são outros agravantes do problema.
Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) mostram que a hipertensão arterial é um dos principais
fatores de risco para doença cardiovascular nas mulheres e ganha mais destaque na gravidez. Pressão alta
nesta fase é relativamente frequente – abrangendo de 10% a 15% das gestantes. A incidência da pré-eclampsia no mundo fica em torno de 2% a 10%, sendo estimados 5% de casos no País. “O seu estudo se justifica por ser responsável por 37% das mortes maternas diretas no Brasil”, acrescenta o obstetra do Hospital Santa Joana. Não se sabe ao certo quais são as causas da pré-eclampsia, porém existem indícios a serem considerados como má adaptação do leito vascular da placenta no útero – denominada placentação insuficiente –, questões imunológicas e genéticas. As “mães de primeira viagem” (primigestas), mulheres com histórico de hipertensão arterial prévia à gestação, diabetes, doença renal, doenças do colágeno, estados
trombofílicos, obesidade e antecedente familiar de hipertensão são suscetíveis a desenvolver pré-eclampsia.
Para Maria Rita Lemos Bortolotto, médica assistente da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas de São
Paulo (HCFMUSP), e Luiz Bortolotto,médico da SBH e diretor da Unidade de Hipertensão do InCor, considera-se hipertensão na gravidez o mesmo índice usado à população, ou seja, quando fica maior ou igual a 14 por 9 (≥ 140 mmHg x 90 mmHg). “Para o controle da pressão, na primeira metade da gravidez o objetivo é a normalização da pressão arterial, 12 por 8, e na segunda metade é reduzir em 25% a 30% os
níveis da pressão, para garantir melhorperfusão da placenta”, respondem.
Em virtude das disfunções no organismo das mães, os profissionais completam que repercussões podem
acometer o feto, como restrição de crescimento, prematuridade e até óbito intrauterino ou neonatal. Já na mulher, se não há tratamento prévio e adequado, podem ocorrer complicações importantes como edema pulmonar, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), infarto agudo do miocárdio e até morte
materna.
Estima-se também que aumentam em 30% as chances de uma mãe que já teve pré-eclampsia passar novamente pela situação. Por isso, redobrar a atenção e ter acompanhamento médico nesse período é extremamente necessário.
Nas formas mais leves da préeclampsia, recomendam-se repouso e dieta hipossódica e, se for preciso,
tratamento medicamentoso para controlar a pressão. “Já nos casos graves, a paciente sempre deve permanecer internada, e é indicada a antecipação do parto, variando conforme o estado clínico materno e fetal”, salientam os doutores Luiz Bortolotto e Maria
Rita.

Por Keli Vasconcelos  - Revista + SAÚDE  -  Ano 2, N°6

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Maturidade e dedicação

Ginecologista e obstetra, graduado em julho de 1995, pela Universidade Federal de Pelotas, fez sua residência e especialização no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre. Além de plantão no Hospital São Camilo e do atendimento em seu consultório, o Dr. Marcelo está na Porto Alegre Clínicas desde fevereiro de 1999, portanto há 13 anos, onde atende seu maior número de pacientes.

Relata ainda que hoje, por exemplo,há sete gestantes para parto a qualquer momento, o que o fará circular
entre os Hospitais Divina Providência, Ernesto Dornelles, Mãe de Deus e Moinhos de Vento a qualquer momento do dia ou da noite. Sendo assim, casado com Viviane, uma jovem professora, pai de Camile
de apenas 3 anos e seis meses, Dr. Marcelo diz que seu lazer é estar com a família, aproveitando ao máximo a esposa e a filha, seja em casa, no parque, no shopping, cinema etc...
Questionado sobre como se sente na Porto Alegre Clínicas, diz que adora
trabalhar na Clínica, onde já alcançou um patamar de maturidade tal, que salário não é o que mais importa, pois importam também as relações com todos os colegas e com nosso Diretor, Dr. Alexandre Diamante, e a liberdade que adquiriu no decorrer desse tempo, que lhe permite opinar, criticar, sugerir melhorias etc.
Quando perguntamos ao Dr. Marcelo sobre o que fez para se tornar uma das unanimidades entre nossas beneficiárias, este médico de sorriso fácil diz que imagina que, além do tempo de empresa, deva oferecer segurança e tranquilidade às suas pacientes porque tem um jeito calmo, acessível e disponível. Além disso, uma paciente o recomenda para a outra, mães para filhas, enfim, se diz um privilegiado Serviço Maturidade e Dedicação Com mais de 4.000 partos realizados, o Dr. Marcelo de Almeida Quadros se diz um profissional realizado e totalmente realizado com sua profissão e, sobretudo na Porto Alegre Clínicas, onde também já se sente em casa devido aos laços tão fortes que estabeleceu.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dirigir

Freie o Medo
Terapia e aulas especiais combatem o pavor

Sudorese, tremor nas pernas, boca seca, tensão muscular em especial na região cervical, mãos frias, calor no rosto, diarreia. Estes são alguns dos sintomas que pessoas com medo de dirigir sentem quando se deparam com o maior “inimigo”: o volante. Atividades comuns para milhões de motoristas como ligar o motor ou sair da garagem são martírio para cerca de 10% dos brasileiros habilitados. A parcela mais afetada é de mulheres entre 30 e 45 anos, de acordo com pesquisa desenvolvida pela psicóloga Neuza Corassa, especialista em medos e fobias e integrante do CPEM – Centro de Psicologia Especializado em Medos (www.medos.com.br), em Curitiba (PR). De cada 10 pacientes que procuram seu consultório, oito já têm a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e automóvel. Segundo a profissional, muitas mulheres acabam deixando o carro em casa para não enfrentar a situação, que denominou Síndrome do Carro na Garagem. “Comecei a estudar o assunto em 1996, com mães que levavam os filhos e seus maridos às consultas porque o carro delas ficava na garagem”, conta a autora do livroVença o medo de dirigir – como superarse e conduzir o volante da própria vida (Editora Gente). Detalhistas, pontuais, extremamente responsáveis e perfeccionistas são as que mais sofrem. “Hoje, as mulheres precisam do carro, mas o medo as domina e se sentem incapazes de estar na rua. Isto se encaixa em dois pontos: o perfil perfeccionista, a ansiedade e o medo de errar e serem repreendidas, além da visão distorcida de que o trânsito não foi feito para elas”, completa Neuza. Os gatilhos podem estar relacionados também a traumas (acidentes, atropelamentos) ou outros medos irracionais, como achar que o auto “tem vida própria” e não conseguem controlá-lo. Um fato interessante recai sobre aqueles que convivem com outros com medo de dirigir. Isso acaba por potencializar a fobia. “É o reforço dos pensamentos negativos em relação àquela situação que a pessoa vivencia no seu dia a dia", analisa a psicóloga Salete Coelho Martins, fundadora da Clínica- Escola Psicotran, também em Curitiba. “Tenho vários relatos de pacientes que mostram ter medo até de andar como passageiros. E isso pode acontecer ora porque o condutor corre muito, ora porque tem comportamento agressivo ao dirigir; ou ainda não tem paciência com outros motoristas”, exemplifica Salete Martins, da Psicotran. Já para Neuza Corassa: “Na maioria dos casos não há nenhuma relação. Muitas pessoas que têm medo de dirigir são ótimas ‘copilotos’, indicam trajetos e ruas, pois se sentem livres da crítica que as atormentam quando estão na direção”. Na série de entrevistas que Salete realiza na clínica-escola, a psicóloga destaca o caso da professora Maria Helena (nome fictício), de 43 anos. Quando ela tentava dirigir, sentia que não fazia parte do trânsito. Para ela, era difícil lidar com o novo, imprevistos e, quando estava dentro do veículo, parecia que não dominava a situação. A médica trabalhou a autoestima dessa paciente, ensinando o domínio do veículo, o que foi fundamental para sua independência. O tratamento para o problema envolve Terapia Cognitiva Comportamental, ou seja, a mudança de comportamento no trânsito. Este é o principal intuito de escolas para pessoas habilitadas. É realizado um estudo individual, em que o paciente conta seu histórico e relação com o auto, além de aulas práticas com auxílio do psicólogo e instrutores capacitados. Salete Martins, da Psicotran, explica: “Antes de iniciar qualquer tratamento, faço uma avaliação individual e crio um plano terapêutico. Saio com o paciente e vou junto fazer suas atividades de carro e de preferência com ele dirigindo. O objetivo é inserir o veículo na vida do paciente gradativamente”, pontua. Os consultórios especializados também trabalham com pessoas não habilitadas, corrigindo a ansiedade no momento dos exames preparatórios para conseguir a habilitação. Fazer relaxamento e trabalhar a respiração, traçar pequenos trajetos, como ir à padaria ou ao supermercado mais próximos, ligar e desligar o motor, entrar e sair do carro, estacionar na garagem são algumas das dicas para conduzir de maneira mais confortável. 

Fonte: + Saúde Magazine. Ano 2, nº5. Janeiro/Fevereiro/Março - 2011