sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DE ONDE VEM ESTE CHEIRO?

Quem já não cobriu a boca e o nariz com a mão, para sentir o próprio hálito?
© Sababa66 | Dreamstime.com

Halitose é o nome científico dado para o popular mau hálito, que é a liberação de odores desagradáveis vindos da boca, um problema que muitas pessoas enfrentam eventualmente em algum momento da vida. Segundo Ana Kolbe, consultora científica da revista Dental Tribune Internacional e da ABO – Associação Brasileira de Odontologia, a halitose não é uma doença, mas um sintoma importante de que há diversos problemas no organismo, pois a causa do mau hálito é sempre multifatorial, nunca tem apenas uma origem.
De acordo com Dulce Helena Passarelli, professora titular de Semiologia e Patologia Bucodental do curso de Odontologia da Universidade Metodista de São Paulo, a halitose afeta mais de 30% da população brasileira. Ela explica por que nem sempre o paciente percebe essa alteração no hálito: “Nos seres humanos, as células responsáveis pelo olfato adaptam-se rapidamente a qualquer odor, sobretudo se ele for constante; por isso é preciso que alguém, próximo ao paciente, relate a ele que sente o odor desagradável”.
“O mau hálito é causado por vários motivos interligados: boca seca, língua com saburra, cáries profundas, gengivas que apresentam sangramento, próteses mal adaptadas, diabetes, doenças hepáticas, renais e hormonais, infecções nas vias aéreas superiores, períodos longos sem ingerir alimentos, estresse, uso de medicamentos como antidepressivos, tranquilizantes, anti-histamínicos, descongestionantes, anti-hipertensivos e todo remédio que provoque redução do fluxo salivar”, esclarece Vera Lúcia de Brito, pós-graduada em halitose pela Universidade Estadual de Bauru e filiada à ABPO – Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca.
É comum ouvir que o mau hálito pode ser proveniente do estômago, entretanto são poucas as alterações estomacais capazes de provocar a halitose, como explica Vera Lúcia: “Muitas vezes algumas doenças estomacais como refluxo, por exemplo, causam gosto ruim na boca, levando o paciente a pensar que está com mau hálito, mas somente em casos de patologias gástricas severas e bem avançadas pode haver alguma relação”.
Como a halitose é multifatorial, o tratamento depende do diagnóstico, assim, cada caso é um caso, mas Passarelli ressalta que o profissional indicado para elucidar o problema deverá sempre ser o cirurgiãodentista. Ele conduzirá o tratamento examinando dentes e periodonto, já que 95% das causas da halitose vêm de doenças bucais. Além disso, poderá questionar o uso de drogas sistêmicas e, desse modo, estimular a melhora da higiene bucal ou até encaminhar para o profissional especializado, se preciso.
“Durante o tratamento o paciente com halitose deverá ser monitorado por sete dias consecutivos por alguém de sua confiança, só assim ele vai perceber a mudança e terá
certeza de que está curado. Tratar um paciente com halitose também é lidar com o seu emocional e devolver sua confiança e autoestima, pois todo portador de halitose tem problemas emocionais, dificuldade no convívio social e sente-se discriminado”, diz
Kolbe.
A prevenção da halitose é algo simples e possível. De acordo com Celso Senna, cirurgião-dentista, membro do conselho da ABO do Rio de Janeiro, para evitar o mau hálito é preciso beber bastante água, de dois a três litros por dia; não ficar longos períodos sem se alimentar, buscando comer algo a cada três horas; higienizar bem a boca, usando escova de dente, fio dental e limpador de língua; além de ir ao dentista regularmente.


Por: Camila Pupo
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº2. Abril/Maio/Junho – 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br

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