segunda-feira, 14 de março de 2011

Hérnia de Disco

Fora do eixo
A doença ocupa o segundo lugar entre os distúrbios dolorosos


Imagine uma bala recheada, seu recheio saindo e escorrendo. Aí temos uma sensação de bem-estar. Mas, essa metáfora é usada para exemplificar a hérnia de disco – dor nada prazerosa. De acordo com Fabio avaglia, médico ortopedista e presidente do Instituto Ortopedia e Saúde, neste caso o disco – localizado entre cada uma das vértebras da coluna – é como se fosse uma dessas balas recheadas, firme por fora e cremosa por dentro. Porém, “quando submetida a uma pressão maior do que aguenta, o gel interno sai e começa a pressionar os nervos ligados à coluna, formando a hérnia de disco”, explica o ortopedista.
Para ele, a hérnia de disco é conseqüência de um esforço físico excessivo, seja em flexão, rotação ou carga. E é justamente a região lombar que erroneamente é utilizada para levantar peso. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), depois do coração, a hérnia de disco é responsável pelo maior número de afastamentos profissionais no trabalho.
José Goldenberg, especialista em clínica médica e membro titular da Academia Brasileira de Reumatologia, afirma que a hérnia de disco ocupa o segundo lugar entre os distúrbios dolorosos que acometem o ser humano – só perdendo para a cefaleia, a dor de cabeça. “Cerca de 80% dos indivíduos sentirão dores lombares em alguma fase da vida”, afirma Goldenberg. Ainda segundo o especialista, há aproximadamente 5% de novos casos de hérnia de disco ao ano.
O principal sintoma da hérnia de disco são as dores ciáticas – atingem costas, nádegas e podem ir até o pé. Porém, quando o caso é mais grave, a pessoa tem dificuldade até mesmo de andar. Fabio Ravaglia explica que muitas vezes a pessoa fica em pé, mas permanece torta, para abrir espaço na coluna, aliviar a pressão da hérnia e consequentemente a dor.
Para tratar a dor, em cerca de 90% dos casos, as pessoas melhoram com um pouco de repouso e sessões de fisioterapia e/ou acupuntura, auxiliados pelo uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Em apenas um mês os pacientes estão aptos a retomar suas atividades rotineiras. “Corrigido o problema do disco que saiu do lugar, a dor desaparece completamente”, avisa o ortopedista. Mas, como toda regra tem sua exceção, a cirurgia é realizada quando o paciente não responde ao tratamento conservador. O meio cirúrgico é indicado em casos de persistência dos sintomas, perda grande da qualidade de vida e déficits neurológicos com parestesias (queimação, dormência, coceira) e fraqueza muscular.
A intervenção cirúrgica é feita em último caso e considera a gravidade dos sintomas e a incapacitação motora causada pela compressão do nervo. Essa pressão é exercida por parte do disco que extravasou e provoca, até mesmo, perda de movimento. Os métodos cirúrgicos evoluíram muito e procedimentos minimamente invasivos apresentam bons resultados. Há equipamentos modernos, como microscópios e até navegadores computadorizados que mostram o local exato da intervenção, com o mínimo de riscos para a pessoa. “A cirurgia é simples e em dois ou três dias a pessoa já está andando novamente”, diz Ravaglia.

Prevenção
Para evitar a hérnia de disco, o mais importante é prestar atenção à postura e não carregar peso de maneira errada. Fabio Ravaglia recomenda: “O ideal, ao levantar peso, é sempre agachar e nunca inclinar o corpo com os joelhos estendidos deixando o corpo na forma da uma letra U invertida”.
As atividades físicas de baixo impacto — alongamento e fortalecimento da musculatura, tanto abdominal, quanto posterior da coluna — são as mais indicadas para a prevenção das hérnias de disco. São atividades que ajudam a estabilizar a coluna e reduzir a força para a frente ou para trás. Também é recomendada a hidroginástica, caminhadas, esteiras com velocidade lenta, exercícios localizados com pouco peso e alongamentos.

Por: Gustavo Sierra
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº4. Outubro/Novembro/Dezembro - 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br

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