segunda-feira, 4 de abril de 2011

Trabalho

Home Office
Os prós e os contras de trabalhar em casa


Trabalhar em casa deixou de ser sinônimo de trabalhar por conta própria. Um número cada vez maior de empresas entende que essa nova forma de atividade pode significar um upgrade em seus resultados, além de trazer satisfação e qualidade de vida para funcionários, loucos para se livrarem de trânsito, grandes distâncias, gastos com estacionamento, combustível e alimentação.

Para esses adeptos, tempo é dinheiro e trabalho a distância está diretamente ligado à qualidade de vida, o que inclui maior convivência com a família e flexibilidade para gerenciar seu tempo. Para vários profissionais, representa ainda um ganho no desenvolvimento da criatividade, que tende a crescer num ambiente mais tranquilo e sem pressão, aumentando a produtividade.

“É uma tendência que cresce em todo o mundo, inclusive no Brasil, embora por aqui ainda não se atinjam os mesmos níveis de consolidação como ocorre em países como os EUA e a Inglaterra”, diz Paulo Henrique Rocha, consultor de negócios da Corrhect – Consultoria de Gestão em Recursos Humanos.

Essa nova opção de trabalho, que, segundo o especialista, já vem se f irmando na mentalidade de algumas empresas, traz como benefícios economia para a companhia em termos de redução de estrutura, com espaços menores em suas sedes. “As empresas hoje querem produção, qualidade e velocidade e, por isso, oferecem uma série de compensações a seus funcionários com o trabalho remoto e toda a infraestrutura tecnológica. Mas requerem, em contrapartida, funcionários cada vez mais preparados, hipercompetitivos e que tragam respostas rápidas e positivas”, alerta.

“Além disso, esse novo profissional deve ter um nível comportamental adequado para assumir funções a distância, como maturidade, flexibilidade, competência e comprometimento”, argumenta Rocha.



No Brasil, e mesmo em outros países mais avançados, há uma crença a ser desmistificada em torno do home office – e isso se aplica tanto à empresa como ao trabalhador. O primeiro não acredita na produtividade de seu funcionário e este acredita que pode perder o emprego por não estar fisicamente presente”, comenta Rocha.

Rosemary Bethancourt, gerente de Treinamento da Catho Online, concorda que o trabalho a distância é uma tendência para as empresas que estabelecem metas e remuneram seus funcionários pelos resultados e não pela quantidade de horas trabalhadas. “É um tipo de trabalho que vem se tornando comum em grandes cidades. Com o avanço da tecnologia, as empresas podem se comunicar com os colaboradores por meio de internet, telefone, celulares, poupando-os do estresse diário”, diz a especialista, ponderando que, por outro lado, o perfil do profissional também deve ser alinhado com essa nova rotina, para que não haja desmotivação após alguns meses.

Assim, para ter sucesso nessa empreitada, alguns fatores devem ser respeitados, como a disciplina, definição de agendas e horários, para não trabalhar horas a mais ou a menos, e avaliação dos métodos de trabalho e os resultados alcançados.

Atualmente, prof issionais das áreas de vendas, atendimento, TI e consultores é que têm aderido cada vez mais aos escritórios em casa. Só vão à empresa para as reuniões em equipe. “O tipo de trabalho que melhor se adapta a esse modelo é aquele em que o desempenho é medido por meio dos resultados”, explica Rosemary.

Se houver um bom planejamento, tanto empresas como funcionários saem ganhando. “No entanto, é preciso avaliar o tipo de trabalho e o perfil do profissional, pois, sem esta análise, corre-se o risco de ambas as partes saírem no prejuízo por falta de organização e planejamento”, alerta Rosemary.

Para Dalva Braga, superintendente da Ticket, empresa da Accor Services, especializada no setor de refeição e alimentação-convênio, a implantação do home office é uma necessidade para áreas que exigem maior velocidade, como a comercial, que trabalha com metas. Ele suprime muitas etapas burocráticas.

“A Ticket, após cinco anos do início do processo de implantação, que levou toda a equipe comercial da empresa para o t rabalho em casa, já registra economia de R$ 3,5 milhões”, diz a executiva. “Os profissionais partem de seus home offices, devidamente estruturados,
com equipamentos e acessos ao sistema da empresa, e trabalham inclusive já de terno, prontos para visitas aos clientes”, diz a executiva. Atualmente, o modelo envolve 120 colaboradores.

“O ponto mais crítico do trabalho a distância é o isolamento. Mas tomamos todo o cuidado para promover encontros formais e informais a cada semana ou 15 dias, além de uma festa no final do ano, na qual todos se reúnem e há prêmios para os que se destacaram mais”, diz.

Maurício Alves, gerente de negócios da Ticket São Paulo, foi o primeiro a aderir ao modelo. Trabalhando há três anos e meio nesse sistema, ele se adaptou facilmente e gosta. “Dá para organizar meu tempo, levar meu filho para a escola, marcar uma consulta médica”, argumenta Alves. Quanto ao isolamento, o executivo declara que depende de cada profissional.

Cuidados que a empresa deve ter – Essa modalidade de trabalho requer cuidados para evitar processos judiciais, sendo necessário consultar um advogado e avaliar o melhor contrato de trabalho para cada caso. O prestador de serviços, por exemplo, não tem subordinação, exclusividade – e o empregador deixa de ter obrigações previdenciárias e tributárias. Por isso, é importante também saber que tipo de cobrança pode ser feita a esse profissional para evitar um vínculo de trabalho que legalmente ele não possui.

Cuidados que o funcionário deve ter – O funcionário que aceita trabalhar nesse esquema deve analisar a relação custo-benefício, principalmente esclarecendo quais os custos que serão de sua responsabilidade. Algumas empresas disponibilizam equipamentos e tecnologia, outras exigem que o profissional adquira por sua conta. Além disso, deve exigir um contrato de trabalho de acordo com a legislação trabalhista, evitando problemas futuros.
Fonte: Catho online


Por: Silvana Orsini
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº4. Outubro/Novembro/Dezembro - 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br

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