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A área de tecnologia da informação costuma denominar a memória de curto prazo como memória RAM (Random Access Memory). Ela é a chamada memória de trabalho, que funciona enquanto o computador está ligado.
São os programas em funcionamento, os arquivos dispostos na chamada área de transferência, o conteúdo que aparece na tela não salvo etc. Quando se desliga o computador, ela se apaga. Foi útil por um pequeno período.
A memória de longo prazo pode ser representada pelo HD – hard disk ou disco rígido. Nele são guardados o sistema operacional, os programas e arquivos de escrita, de cálculos, os arquivos de música, fotografias e outros. Eles permanecem ali por longo tempo e podem ser acessados sempre que solicitados; estão à disposição do usuário.
Os cientistas já conheciam o processo de como as memórias permanentes são arquivadas. O processo é demorado, pode levar de minutos a horas, sendo muito lento para guardar informações que chegam rapidamente.
Um dos participantes mais ativos do estudo é o psiquiatra e professor assistente do Southwestern, Donald Cooper. Ele participou do trabalho que, com o auxílio de pequeníssimos eletrodos, mediu o processo de formação de memória no cérebro de cobaias e o que acontece em células nervosas individuais. Ali são desencadeados impulsos muito rápidos de informação que duram menos de um segundo.
“Esta memória é mais parecida com a memória RAM de um computador do que com a memória arquivada no disco rígido. A memória do disco rígido é mais permanente e você pode acessá-la repetidamente. A memória RAM é um arquivo temporário que pode ser reescrito e que permite que uma pessoa faça várias tarefas ao mesmo tempo”, diz Cooper.
Para ele, caso se consiga identificar e manipular os componentes moleculares da memória, será possível desenvolver drogas que melhorem a capacidade de uma pessoa manter essa memória temporária e, assim, completar tarefas sem ser perturbada. “Para pessoas viciadas em drogas, podemos fortalecer essa parte do cérebro associada à tomada de decisões, permitindo que elas ignorem impulsos e avaliem consequências negativas do seu comportamento antes de usar drogas”, afirma o especialista.
A pesquisa possui implicações importantes. Além da possível ajuda a pessoas que possuam vícios, pode ser útil em tratamento de distúrbios de atenção e perda de memória motivada por estresse.
Em trabalho da biomédica e neurocientista Silvia Helena Cardoso, vice-presidente do Instituto Indumed, em Campinas, existem diversas categorias de memória, entre elas a memória ultrarrápida, que retêm os fatos por apenas alguns segundos; a memória de curta duração, com duração de minutos ou horas e que serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente, e a memória de longo prazo, que estabelece traços duradouros e pode durar dias e até anos. O processo de armazenamento de novas informações na memória de longa duração chama-se consolidação.
De acordo com a biomédica, a memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto a memória para aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática. Ela cita um exemplo de memória de curto prazo: “Você acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números. Por quê? Esta memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de milissegundos a poucos minutos”.
Outro estudo relacionado à memória desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, acompanhou 4,2 mil pessoas, entre 25 e 80 anos de idade, por 20 anos e concluiu que a memória humana fica melhor com o passar do tempo. A afirmação parece contrariar o pensamento comum, mas é importante, pois reforça o argumento de que se deva elevar a idade média para a aposentadoria, tanto de homens como de mulheres.
“Descobrimos que a memória das experiências, também conhecida como memória episódica, melhora a cada geração”, diz Lars-Göran Nilsson, professor de Psicologia e responsável pelo estudo. Os principais fatores encontrados no estudo para a melhoria da memória são o nível educacional, o tamanho das famílias (quanto menor, melhor) e a nutrição, acompanhada de bons hábitos de exercícios.
A surpresa fica por conta do aspecto familiar. “A explicação é provavelmente o fato de que o primeiro filho recebe cem por cento da atenção e, quando a criança ganha irmãos, a energia e o tempo dos pais passam a ser divididos entre todos”, explica o psicólogo sueco condutor do estudo. “A meta agora é pesquisar se esses três fatores determinantes também são decisivos em um país em desenvolvimento”, acrescenta ele.
Por: Neusa Pinheiro
Fonte: + Saúde Magazine. Ano 1, nº2. Abril/Maio/Junho – 2010
Contato: maissaudemagazine@portoalegreclinicas.com.br
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